Porque determinaram que hoje era o dia dos namorados

Deixo-vos um poema de amor.

Entretanto só posso desejar a todos os namorados – independentemente da idade,  sexo e do vínculo sócio-jurídico que os une – que os gestos e carinho, ternura, pequenos actos de atenção e mimos e que muito, mas  muito namoro façam parte dos vossos quotidianos.

E façam o favor de ser felizes.

Porque a felicidade é um somatório de momentos que construímos e valorizamos.

Não esqueçam: quem ama cuida.

Eu queria escrever um poema (ou… escalpelizando)

Eu queria escrever um poema

que sem dizer nada dissesse tudo.

Um poema que falasse da chuva e do amor.

Um poema que não fosse meu, nem eu.

Um poema sem começo nem fim.

Um poema ponte entre ti e mim.

*

Eu queria escrever um poema

que toda  a gente ao lê-lo

gritasse de alegria  e êxtase.

Um poema que falasse da vida de todos os dias.

Um poema de mar e sal.

Um poema doce como o sol na pele nua.

Um poema salgado como o mar

das lágrimas dos nossos olhos.

*

Eu queria escrever um poema

Que não fosse teu nem meu.

Um poema sem época, sem espaço.

Um poema longo e curto.

Alegre e triste.

E que cobrisse todo o universo.

*

Eu queria escrever um poema.

Um poema que falasse da tua pele banca

e da minha pele negra, fundidas.

Um poema que falasse de todas

as peles e cores que existem.

*

Eu queria escrever um poema

que fosse de todos para todos.

Que rebentasse em gargalhada

alegre e descuidada nos olhos

e cujas palavras jorrassem

de boca para boca, unindo-nos.

*

Eu queria escrever um poema.

Eu queria escrever….

*

Eu quero escrever esse poema!

Conceição Paulino